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Via Sacra e Santo Sepulcro

15/04/2022 07h33

O trajeto marca, segundo a tradição, os últimos momentos de agonia e sofrimento de Jesus Cristo. Pelas antigas ruas de Jerusalém, o filho de Deus teria percorrido as horas finais de sua vida antes de ser crucificado. Hoje, a antiga cidade-já destruída e reformada tantas vezes-pouco guarda do que teria sido a Jerusalém da época. No entanto, a tradição cristã aponta os lugares onde os mais importantes eventos daquele dia teriam ocorrido. E é por esses pontos que hoje a Via Sacra, ou Via Dolorosa, é percorrida.

Entre capelas, igrejas ou apenas marcações simbólicas na rua, peregrinos desafiam a multidão para traçar o que teria sido a mesma rota de Jesus. No caminho, comércios e vendedores ambulantes se misturam aos fiéis; peregrinos em penitência literalmente carregam a cruz; e muitos curiosos caminham pela milenar história que toma conta de Jerusalém. Independente da religião, é preciso ter fé para cumprir todo o confuso circuito repetido entre os turistas. O caminho é muito concorrido, cheio de ladeiras e escadas lotadas.

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O trajeto da Via Sacra, em Jerusalém, é marcado por 14 pontos. Nem todos eles são muito claros ou oferecem paradas para oração. No total são 600 metros de percurso entre a primeira e última estação, sempre pela rua de nome Via Dolorosa. O trajeto total só pode ser percorrido a pé.

Veja todos os passos da Via Sacra na Cidade Velha de Jerusalém.

1ª – Jesus é condenado.

O local onde teria sido a Fortaleza Antônia é marcado pela Porta do Leão. A estação propriamente dita fica no interior de um colégio árabe chamado Escolha Primária Umariya e não é permitido o acesso à área interna.

2ª – Jesus carrega a cruz.

Esta estação é marcada por dois pontos identificados pela Capela da Flagelação e a Capela da Condenação. Nesse local Jesus teria sofrido a flagelação.

3ª e 4ª – Jesus cai pela primeira vez e encontra a sua mãe.

As duas estações estão localizadas lado a lado e são marcadas pelo Patriarcado Armênio de Jerusalém e uma pequena capela com ruínas ao lado.

5ª – Simão Cireneu ajuda Cristo a carregar a cruz.

A estação número cinco está localizada na Via Dolorosa, de frente à passagem dos pedestres. Ela é marcada por um pequeno oratório franciscano.

6ª – Jesus tem o rosto limpo por uma mulher (Verônica).

O lugar onde teria acontecido a cena em que uma mulher limpa o rosto de Jesus é marcado por uma pequena capela de origem Grego-Católica.

7ª – Jesus cai pela segunda vez.

À beira da Rua do Mercado está o ponto assinalado como o local onde Jesus teria caído pela segunda vez a caminho do calvário.

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8ª – Jesus consola as mulheres de Jerusalém

Também na rua, entre lojas do mercado, está o local onde Jesus teria parado para consolar as mulheres que o acompanhavam no caminho até a crucificação.

9ª – Jesus cai pela terceira vez.

O local da terceira queda de Jesus é marcado por uma coluna em estilho romana à frente da entrada de um mosteiro Copta.

A partir deste lugar, todas as estações estão localizadas dentro da Basílica do Santo Sepulcro. Um dos lugares mais sagrados para os cristãos, não só em Jerusalém como em todo o mundo, o Santo Sepulcro marca o ponto onde Jesus, segundo as tradições cristãs, teria sido crucificado, morto e sepultado.

A localização do evento, assim como de muitos outros em Jerusalém, é polêmica. Destino de uma das maiores peregrinações católicas do mundo, o local foi escolhido, em 326 d.C, pela rainha Helena, mãe do então imperador Constantino. Segundo a tradição, a primeira Igreja do Santo Sepulcro foi construída sobre um antigo templo romano do século II que, por sua vez, teria sido construído sobre o local dos acontecimentos registrados na bíblia.

Sob o templo romano foram encontrados vários túmulos, um deles teria sido identificado como o de José de Arimateia. E é neste túmulo, que permanece até hoje na Igreja, o local onde Jesus teria sido enterrado.

A Basílica do Santo Sepulcro tem domínio conjunto de várias diferentes igrejas: Romana Católica, Greco Ortodoxa, Apostólica Armênia e, em menor grau, Siríaca Ortodoxa, Cóptica Ortodoxa e Etíope Ortodoxa. Além disso, ela já sofreu com incêndios, invasões e terremoto.

O que hoje se vê representa pouco da construção original. A maior parte do atual prédio data de século XII, porém a Rotunda e o local onde está a Tumba preservam os desenhos originais. Apesar de tantas transformações, a fé dos cristãos se mantém, assim como as peregrinações.

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Visitar o local pela primeira vez pode levar a uma certa surpresa. São tantos visitantes e locais sagrados que tudo se torna um pouco confuso, a começar pelo fato de as cinco últimas estações da Via Sacra estarem localizadas dentro da basílica. É tanta gente, tanta capela de representações cristãs diferentes e tanto lugar sagrado que a ajuda de um guia é fundamental neste momento.

Existe apenas uma entrada para toda a Basílica (lá dentro ela é subdividida em várias pequenas sessões). Logo depois da porta, os peregrinos se deparam com a Pedra da Unção, onde o corpo de Jesus teria sido preparado para a crucificação. A pedra é disputada e muitos aproveitam o momento para tocá-la e também passar alguns objetos pessoais.

10ª – Jesus é despojado de suas vestes

Localizado na Capela Romana Católica, essa estação é marcada por uma pequena salinha que passa despercebida por muitos peregrinos. Pelo lado de fora da Basílica, é possível ver a torre que marca a capela. Por dentro há apenas uma pequena abertura na janela que permite ver dentro da sala.

11ª – Jesus é pregado na cruz

Logo ao lado da 10ª estação, também na Capela Romana, o pequeno altar com uma imagem trabalhada na parede marca o momento em que Jesus é pregado na cruz.

12ª – Jesus morre na cruz

Um dos locais mais importantes para os cristãos, a 12ª estação da Via Sacra marca o local onde teria sido colocada a cruz em que Jesus foi crucificado e morto. Ao lado das estações anteriores, porém agora na Capela Greco Ortodoxa, está a Pedra do Calvário (ou Gólgota). Este é um dos momentos que mais emociona os peregrinos, especialmente por ser possível tocar a pedra sob o altar. Um pedaço da rocha também pode ser visto no andar inferior, na Capela de Adão.

13ª – O corpo de Jesus é retirado da Cruz

Há duas versões distintas para a esta estação. Alguns apontam o local como sendo imagem de Maria, localizada próxima às estações anteriores. Outros, no entanto, a identificam como a Pedra da Unção, localizada na entrada da Basílica.

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14ª – Jesus é sepultado

Apesar de ser o nome de toda a basílica, o espaço onde está o Santo Sepulcro é bastante reduzido. Localizado no vão central da grande Rotunda, a pequena câmara abriga a Capela do Anjo e o Santo Sepulcro, propriamente dito. Entrar é tarefa para os mais destemidos, já que a confusão é grande e a pequena porta permite a passagem de apenas um visitante por vez. No interior está o que seria, segundo a tradição cristã, o túmulo de Jesus.

Além dos pontos da Via Sacra, é possível percorrer toda a Basílica e visitar capelas de várias vertentes do cristianismo. Se quiser visitar o local com mais calma e menos aglomeração, dê preferência para o início da manhã. É importante ressaltar que não há embasamento arqueológico para este percurso, que foi criado por volta do século VIII e já sofreu alterações ao longo da história.  

Todos os anos, milhares de peregrinos de todo o mundo percorrem a Via Dolorosa, em Jerusalém, que marca o caminho que Jesus Cristo percorreu desde a sua setença até a sua crucificação.

A Via Dolorosa começa ao leste de Jerusalém, perto da Porta dos Leões e chega ao Santo Sepulcro. É uma longa rua da época romana por onde passam todos os dias milhares de peregrinos, turistas e locais. Os gritos dos vendedores do bazar são intercalados com canções e orações dos fiéis na rua mais sagrada de Jerusalém.

A Bíblia relata como Jesus Cristo percorreu esta icônica estrada de pedra com a cruz, desde o julgamento com Pôncio Pilatos na Fortaleza Antônia até o Santo Sepulcro.

Milhares de peregrinos percorrem estas ruas, seguindo os passos de Jesus em seus últimos momentos e parando nas estações mais importantes da Via Dolorosa.

Estações da Via Crucis
A Via Dolorosa está dividida em 14 estações que simbolizam cada um dos momentos cruciais da Paixão de Cristo. As chamadas "nove estações da cruz" ficam do lado de fora, enquanto as cinco restantes ficam dentro do Santo Sepulcro. Em muitas dessas paradas da Via Dolorosa, foram construídas igrejas e capelas que comemoram cada momento.

A condena: estações I e II. A primeira estação da Via Crucis marca o julgamento de Pôncio Pilatos contra Jesus, seguido da coroa de espinhos e das chicotadas, que dão nome à Igreja da Flagelação. Na segunda estação está a Igreja da Condenação, onde Cristo foi forçado a carregar a cruz.

As quedas de Jesus: estações III, VII e IX. Durante o caminho que Jesus percorreu carregando a cruz, caiu três vezes ao solo. Em cada estação existem capelas e igrejas onde os fiéis param para orar e relembrar esses momentos.

Os encontros: estações IV, V, VI e VIII. Os Evangelhos relatam que, ao longo do seu estreito caminho, Jesus se deparou com várias pessoas. A estação IV representa o encontro com sua mãe, a estação V marca o momento em que Simão lhe ajuda a carregar a cruz, a estação VI simboliza o momento em que Verônica enxuga o seu rosto e a estação VIII representa Jesus consolando as mulheres de Jerusalém.

Morte e crucificação: estações X, XI, XII, XIII e XIV. As últimas quatro estações da Via Crucis ficam dentro da Igreja do Santo Sepulcro e representam o momento em que Jesus é despojado de suas roupas, sua crucificação, sua morte, a retirada da cruz e o sepultamento.

Uma visita imprescindível
Embora a Via Crucis seja um percurso pensado para os mais religiosos, a atmosfera que se respira nesta rua de Jerusalém faz com que qualquer turista queira percorrer esse caminho de pedra. Além disso, a Via Dolorosa atravessa grande parte da Cidade Velha, então você terá que atravessá-la em algum momento da sua viagem.

As orações silenciosas dos peregrinos, interrompidas apenas pelos gritos dos vendedores muçulmanos no souk, formam uma imagem única em Jerusalém

   

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