Além do ex-presidente, polícia também viu indícios de crimes três vezes nas ações do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e do ex-assessor Marcelo Costa Câmara.
As listas de indiciados pela Polícia Federal (PF) nas investigações sobre a negociação das joias sauditas, a fraude no cartão de vacinas e a tentativa de golpe de Estado têm três nomes em comum:
o do ex-presidente Jair Bolsonaro;
o de seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid; e
o de Marcelo Costa Câmara, ex-assessor especial do político do PL.
Além deles, o major reformado do Exército Ailton Gonçalves Barros tem o nome citado na conclusão de duas investigações – sobre a falsificação dos documentos de imunização e na tentativa de ruptura democrática.
Após indiciamento da PF, Bolsonaro poderá se tornar réu; entenda as etapas da investigação
Entenda
Golpe de Estado em 2022
Nesta quinta-feira (21), a Polícia Federal apresentou as conclusões de um inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado em 2022, após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições.
O político do PL e outras 36 pessoas foram indiciadas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
PF indicia 37 pessoas no inquérito do golpe de Estado; o que dizem os indiciados
A investigação começou no ano passado e foi concluída dois dias após a Polícia Federal (PF) prender 4 militares e um policial federal acusados de tentar matar Lula, Alckmin e Moraes.
Os elementos obtidos apontaram que o grupo se estruturou por meio de divisão de tarefas e se dividiu em seis núcleos para produzir o ataque à democracia.
O que é indiciamento
O indiciamento é um procedimento que ocorre na fase de investigação. Neste momento, ainda não há processo penal e, portanto, não há réus.
É feito quando o delegado de polícia, avaliando o caso, conclui que há indícios de crime e associa os possíveis delitos a uma pessoa ou grupo de pessoas.
Isso é feito a partir dos elementos de informação colhidos na apuração - as diligências feitas pelos policiais, como a análise de materiais apreendidos e os depoimentos.
De posse do material, a polícia elabora um relatório com suas conclusões. Neste documento, pode citar os possíveis crimes cometidos e como cada pessoa teria atuado nas condutas ilícitas. Os envolvidos passam à condição de indiciados.
Neste momento, ainda não há possibilidade de condenar ou absolver os indiciados. Isso só será feito se, uma vez aberta a ação penal, as provas mostrarem que o grupo teve ou não participação nos ilícitos.
Fernanda Vivas, TV Globo — Brasília