Tocantins, 27 de April de 2024 - Mira Jornal - 00:00

Policia

Operação Lesa Pátria apreende dólares, euros e arsenal com mais de 70 armas na casa de investigado em Palmas

29/02/2024 15h24

Foto: Divulgação Arsenal apreendido pela Polícia Federal na Operação Lesa Pátria
Oito mandados de busca foram cumpridos no Tocantins pela Polícia Federal. Investigação no Tocantins é para apurar os organizadores e financiadores de ato que fechou a ponte entre Palmas e Luzimangues, em 2022.

Durante o cumprimento dos mandados de busca da operação Lesa Pátria, na manhã desta quinta-feira (29), a Polícia Federal apreendeu cerca de 110 mil dólares e 26 mil euros com um dos alvos em Palmas, além de 77 armas. Os bens estavam na casa de Frederico Moraes de Barros Carvalho, um dos investigados na operação.

O g1 apurou que os mandados são relacionados à investigação que apura os financiadores do ato que fechou a ponte da Integração entre Palmas e Luzimangues, após o resultado das eleições presidenciais de 2022. A defesa de Frederico afirmou que o armamento se trata de uma coleção adquirida nos Estados Unidos e entrou no Brasil de forma legal, assim como os dólares e os euros. (Veja nota na íntegra no fim da reportagem).

O g1 teve acesso à decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou as buscas.

"A investigação reúne indícios da prática de crimes cometidos no contexto das manifestações antidemocráticas ocorridas em Palmas, após a proclamação do resultado das eleições presidenciais de 2022 pelo Tribunal Superior Eleitoral", diz trecho da decisão.

A decisão aponta que foi possível identificar cerca de 50 pessoas vinculadas aos atos, mas destaca aqueles que desempenharam um "papel de protagonismo" na organização das manifestações. Dentre os investigados estão lideranças religiosas e até dois coronéis da Polícia Militar do Tocantins.

O tenente-coronel da Polícia Militar (PM) Clauber de Abreu Martins é um dos investigados da operação e conversou com a equipe da TV Anhanguera sobre os atos em Palmas e o teor do depoimento que prestou aos federais.

"Viemos para cá para esclarecer o movimento que teve lá no QG. Basicamente eles estão atrás dos financiadores e dos baderneiros que estiveram lá em Brasília. E a gente veio para esclarecer a participação real nossa, de cada um de nós em relação a isso aí. Mas em relação à nós, à minha pessoa em si...

Tem um agravante aí, mas eu deixo a Polícia Federal esclarecer depois. Mas isso aí não significa que a minha participação seja uma participação efetivamente um ato de 8 de janeiro, né, que onde teve a gravidade maior. Graças a Deus eu tenho a consciência limpa", explicou o militar.

Além dele, Valter Nogueira, outro investigado, também estava na sede da PF nesta quinta-feira e falou sobre da participação nas manifestações.

"Eu participei de manifestações pacíficas em Palmas, no QG, na ponte. Porém, não fizemos nada de quebradeira, não participamos do ato de 8 de janeiro em Brasília. Enfim, estamos aqui para esclarecer qualquer coisa que a polícia perguntar", disse.

O conferencista Thiago Marasca Moura, outro investigado, afirma que a polícia apreendeu celulares, notebooks e documentos dele e da esposa na casa dele. Ele prestou depoimento por cerca de quatro horas e afirma que não fazia parte do grupo de financiadores do ato.

"No dia 8 de janeiro eu já tinha saído das manifestações, eu não estava em Brasília. Estou sendo investigado por participar das manifestações aqui na Ponte Fernando Henrique Cardoso. Que foram manifestações pacíficas, ao meu ver, democráticas e que expressavam a opinião do povo. Eu estava lá como manifestante, entretanto muitas pessoas gostam de olhar para mim como líder, mas não havia um coordenador".

aaAs armas foram apreendida na casa do investigado Frederico Moraes de Barros Carvalho, que por meio da defesa, informou que quando mudou dos Estados Unidos para o Tocantins, em 2021, trouxe na mudança a coleção.

O arsenal teria entrado no Brasil, segundo os advogados do investigado, de forma legal e toda a documentação teria sido passado por vistoria da Receita Federal , Exército e Polícia Federal em Anápolis (GO). Quando Frederico se mudou para Palmas, mais uma vez a PF e Exército teriam feito a vistoria nas armas de Frederico.

O dinheiro e um veículo importado também eram de propriedade do investigado e o conforme a defesa, tiveram a origem declarada na Receita Federal.

Sobre a participação nos eventos que geraram a investigação, os advogados afirmaram que Frederico não foi a nenhuma manifestação em Brasília e também não participou dos acampamentos em outubro de 2023.

Para o ministro Alexandre de Moraes, os atos extrapolaram o direito de reunião e manifestação.

"Nesse caso, verifica-se o abuso reiterado do direito de reunião, direcionado, ilícita e criminosamente, para propagar o descumprimento e desrespeito ao resultado do pleito eleitoral para presidente e vice presidente da República", diz outro trecho da decisão.

Um dos mandados de busca em Palmas foi cumprido em um condomínio de luxo, às margens do lago da capital. No local a PF encontrou um arsenal de armas - todas registradas, dólares e euros.

A decisão também determinou o afastamento do sigilo de dados telefônicos, bloqueio das redes sociais, suspensão de portes de arma e dos passaportes de investigados nesta fase da operação.

Veja a nota da defesa de Frederico Moraes de Barros Carvalho na íntegra:

O senhor Frederico Moraes de Barros Carvalho Possui dupla cidadania, a brasileira e americana, tendo morado na América por mais de 30 anos, retornando ao Brasil em 2021.

Em sua mudança trouxe como bens de família, dentre eles uma coleção bélica legalmente adquiridas nos Estados Unidos.

Após os trâmites legais, embarcados para o Brasil com a toda documentação, tendo sido vistoriadas pela Receita Federal pelo Exército Brasileiro e pela própria Polícia Federal no Porto seco de Anápolis/GO para o desembaraço.

Após a chegada da mudança em Palmas/TO, a Polícia Federal e o exército fizeram outra inspeção em loco aferindo e conferindo as informações do desembaraço em Anápolis/Goiás.

Sendo assim, as armas foram legalmente nacionalizadas como bens de família, e por isso, isenta de tributação. No mesmo sentido, o dinheiro apreendido na operação da Polícia Federal
denominada de lesa Pátria, deu entrada no Brasil por meio de declaração a Receita Federal, sendo inequívoca a origem e procedência do recurso. No mesmo sentido veio para o Brasil o veículo Hummer na condição de veículo de colecionador, também legalmente nacionalizado.

O senhor Frederico Moraes de Barros Carvalho Nunca foi a nenhuma manifestação em Brasília ou qualquer cidade do país, não esteve em Brasília no 8 de janeiro de 2023, não financiou ou bancou as suas espensas qualquer manifestação ou acampamento, nem mesmo naquela ocorrida em outubro de 2023. O mesmo, nunca montou acampamento em nenhuma Unidade do Exército Brasileiro ou em qualquer lugar participando de qualquer manifestação.

A sua presença no outubro de 2023 foi apenas para atender ao pedido de conhecidos para o transporte de alguns pneus para que as pessoas que lá estavam pudessem organizar o trânsito para evitar acidentes reduzindo o fluxo de veículos na ponte Fernando Henrique Cardoso, e em seguida retornou a sua casa.

Por fim, deve ser registrado que a operação transcorreu de forma amistosa e respeitosa por parte da Polícia Federal, com a total colaboração do senhor Frederico Moraes. inclusive, se qualquer ilegalidade fosse encontrada seja referente às armas ou ao dinheiro em espécie, certamente teria ocorrido uma ordem de prisão.

 g1 TO

   

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