Coluna do Zé
Antes
de libertar-se do jugo de Santa Maria do Araguaia (hoje Araguacema), Miracema
foi Bela Vista – denominada pelo primeiro morador, Pedro Praxedes, no início
dos anos 20.
Já nos anos 40, o saudoso Américo Vasconcelos,
em homenagem aos indígenas (Xerente) da região, batizou o já distrito com o
nome de Miracema, substantivo feminino que significa ‘Migração dos Povos’.
Como o então governo Getúlio Vargas proibia a
duplicidade de nomes, um fatídico decreto de dezembro de 1943, denominava o
distrito com a toponímia de Cherente (com ch mesmo), que prevaleceu até 25 de
agosto de 1948, quando João Reis, Américo Vasconcelos, Zacarias Rocha, Elias
Bozaipo e Delfino Araújo, foram buscar em Goiânia uma legenda com o então
senador Domingos Velásquez, para disputar as eleições, já que o PSD e a UDN
estavam nas mãos de um casal em Santa Maria do Araguaia.
Conforme conta em seu livro 'Retalhos de um
passado', o escritor e historiador Américo Vasconcelos, contra tudo e quase
todos do município de Couto Magalhães, João Reis foi eleito prefeito e os
amigos elegeram-se vereador, quando em clima festivo dos habitantes daqui,
seguiram sobre lombos de burros por aproximadamente 200 km, até a sede do município
para cerimônia de posse, em Santa Maria do Araguaia, hoje Araguacema.
O primeiro ato da nova legislatura foi a
Resolução Nº 1, de autoria do então vereador Delfino Araújo, que desmembrava o
distrito, criando assim o município de Miracema do Norte, devidamente
sancionada pelo prefeito João Reis.
A partir daí, a ‘pacata cidade’ ganhou projeção
nacional, confrontando inclusive, sua homônima do Rio de Janeiro, mas o
abandono por estar no norte goiano a fez parar no tempo e no espaço.
A exemplo da lenda do pássaro Fênix, que
ressurgiu das cinzas, a saga de Miracema estava apena começando:
foi invadida pelas águas do rio Tocantins, em
1980, quando ressurgiu ... das águas;
foi decantada pela Banda
Blitz na composição de Evandro Mesquita “A Dois Passos do Paraíso”;
serviu de útero e berço para o nascimento do Estado do Tocantins, quando foi primeira
capital do Estado, embora em caráter provisório, mas em menos de um ano deixou
de ser capital e foi atirada num caos social;
foi sede da regional e de uma subestação da Eletronorte, após ter em seu território
a construção da primeira Usina Hidrelétrica privatizada do país, mas logo
perdeu a sede da estatal e teve subtraído 50% do ICMS arrecadado da Usina;
teve realizado o sonho da construção de uma ponte
sobre o rio Tocantins, porém fora da zona urbana do município;
e ainda perdeu a seccional do IBGE, da Receita
Federal, e engoliu os desatinos herdados de duas ONGs que consumiram suor e
sangue da administração municipal.
Apesar de tudo, a gente miracemense elegeu um
jovem administrador que conseguiu, a ‘duro custo’, fazer ressurgir das cinzas
uma cidade desacreditada:
pagou e negociou dívidas; resgatou o crédito
municipal; devolveu a autoestima do município e o amor próprio de sua gente;
construiu duas sonhadas pontes; negociou com a concessionária a ampliação da
rede de água, escoamento de águas pluviais, implantação da rede de esgoto e
pavimentação asfáltica que seria em todos os setores da cidade, começando pelo
Santa Filomena, já concluído.
Mas o sorriso deu lugar às lagrimas, quando o
suposto 'messias' sofreu um tiro na
cabeça e o abandono do corpo inerte em sua própria caminhonete largada numa
estrada vicinal, calando por enquanto, um povo sofrido, comovido, mas que
continua vivo implorando justiça e respeito com sua gente. Também neste mês de
agosto, na metade do dia 30, o suposto Messias,
com M de Moisés, foi brutalmente
assassinado a partir de uma provável conspiração às escuras que vem desafiando a
justiça e a competência dos homens da lei.
Por José Carlos de Almeida/Jornalista
Agora, simbolicamente existe uma espécie de borracha política, que apaga, a bel prazer do tempo, o que um mandatário eletivo pôde escrever, com feitos e ações, sua história política. Isto é: ao ser eleito ou nomeado, recebe uma espécie de quadro negro, onde com o giz das ações, deixa escrito nos anais do tempo, sua passagem de saudosa memoria, ou não..
Sabemos que Política define-se como a arte ou ciência de governar, mas que neste novo tempo, é traduzida por arte de negociar.
A utilização do termo passou a ser popular no século V a.C., quando Aristóteles desenvolveu a sua obra intitulada precisamente 'Política'.
Observamos que ao constituir família, todo ser humano contrai para si um conjunto de normas que abrangem direitos e deveres neste tipo de estrutura social, que acabam definindo um comportamento padrão deste indivíduo na organização inserida, neste caso podemos denominar de política familiar.
O mesmo acontece nas políticas sociais e administrativas, aplicando-se a grupos classistas e partidários, que têm conjuntura administrativa, como nos governos, federal, estadual e municipal.
Nestes casos chamamos de administrador, que é dirigir recursos humanos, financeiros e materiais, reunidos em unidades organizadas, dinâmicas e capazes de alcançar os objetivos da organização, e ao mesmo tempo, proporcionar satisfação àqueles que obtêm o produto ou serviço e àqueles que executam o trabalho.
Governantes existem de todas as formas, desde aqueles que administram radicalmente sob a tutela das leis esquecendo-se da política, passando por aqueles que administram sob essa tutela, mas sem deixar de exercer a política, até aqueles que ignoram tudo em favor da política.
Sob esse aspecto entendemos que o governante necessita de um primeiro escalão formado por políticos, tendo também necessariamente um segundo escalão, formado por técnicos absolutos em cada área da administração.
Há governantes que jogam duro no primeiro biênio do mandato para aliviar no segundo, obviamente visando guardar a vaga para si ou para um seu.
Outros prevaricam sem deixar rastro, acumulando bens diretamente ou através de ‘laranjas’.
Também existem aqueles que 'tudo gasta e nada faz', saindo menos do que chegou enquanto os afilhados transparecem soberbas. Outros ainda, embora honestos e competentes, pecam na incoerência, com privilégios para uns e omissões para outros.
Por José Carlos de Almeida
Jos
Essas pessoas pensam assim: se o outro
não faz, por que eu vou fazer?
Conforme esse estudo, a crença de que
“não vai dar em nada” é o discurso comum entre os “não-reclamantes”. É uma
mistura de vergonha, medo e falta de credibilidade nas autoridades.
O brasileiro é protagonista do fenômeno “ignorância pluralística”, termo
cunhado pela primeira vez em 1924 pelo americano Floyd Alport, pioneiro da
psicologia social moderna.
Exemplo comum de ignorância
pluralística: “Quando, na sala de aula, o professor pergunta se todos
entenderam, é raro alguém levantar a mão dizendo que está com dúvidas”, afirma.
Ninguém quer se destacar, ocorrendo o que se chama “difusão da
responsabilidade”, o que leva à inércia.
Mesmo quem sofre uma série de prejuízos
não abre a boca.
O antropólogo Roberto da Matta diz que
não se pode dissociar esse comportamento omisso dos brasileiros da prática do
“jeitinho”. Para ele, o fato de o povo não lutar por seus direitos, em maior ou
menor grau, também pode ser explicado pelas pequenas infrações que a maioria
comete no dia-a-dia. “Molhar a mão” do guarda para fugir da multa, estacionar
nas vagas para deficientes ou driblar o engarrafamento ao usar o acostamento
das estradas são práticas comuns e fazem o “brasileiro” achar que não tem moral
para reclamar do político corrupto.
Bem, se você é uma pessoa que reclama,
protesta, faz valer o seu direito, você é exceção no Brasil. Todos os estudos
feitos sobre o comportamento do “brasileiro” apontam numa mesma direção: somos
passivos.
Nesta data em 1989 aconteceu o
lançamento da ‘Pedra Fundamental’ para a construção de uma cidade para ser a
capital definitiva do Estado do Tocantins.
Miracema do Tocantins é a primeira capital do Tocantins. Foi capital provisória
do mais novo estado brasileiro criado pela promulgação da Constituição
Brasileira de 1988, escolhida dia 7 de dezembro daquele ano, para ser o berço
nascedouro do Tocantins, até que fosse criado e construído o município de
Palmas para onde foi transferida a Capital definitiva, de acordo com o projeto
do criador e primeiro governador do Tocantins, José Wilson Siqueira Campos.
Com mandato de apenas dois anos (1988/1990), o ex-deputado federal projetou, ao
assumir o governo do estado, no primeiro ano criar e instalar o estado numa
capital provisória, e no segundo, construir e transferir a Capital para sua
sede definitiva.
Acredita-se que, se assim não fosse, como à época não havia reeleição, seu
sucessor poderia, quem sabe, abdicar de construir uma nova cidade e transferir
a Capital para um dos municípios declaradamente interessados como Gurupi e
Araguaína ou, quem sabe, construir e expandir Miracema, transformando-a em
Capital definitiva.
Nos anais da história recente consta que, em 1º de janeiro de 1989, em Miracema
foi instalada a primeira capital do Tocantins, a partir de onde nasceram os
três poderes estaduais (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Aquele ‘Ano 01’ (1989) do Tocantins, sendo o berço onde nasceu o organograma do
estado com seus órgãos e autarquias, assim como extensões regionais e seccionais
de instituições federais, foi escrita e promulgada a Carta Magna (Constituição)
do Estado.
Palmas passou a existir, mesmo de forma improvisada sob barracões, construídos
sobre áreas desapropriadas, a partir de 1º de janeiro de 1990, causando a controvérsia
sobre a idade de Palmas: a Pedra Fundamental para inicio da construção foi em
20 de maio de 1989, mas de fato a transferência ocorreu em 1º de janeiro de
1990.
É histórico e verdadeiro que Palmas teve apenas sete meses e dez dias (de 20 de
maio a 31 de dezembro de 1989) para ser criada com a manobra dos então
Executivo e Legislativo, com aquiescência do Judiciário, para inverter direitos
e deveres da então Taquarussu do Porto com a área em construção e adjacências
que hoje é Palmas.
Quando se festeja o aniversário de Palmas, nasce um sorriso em muitos rostos,
pelo testemunho de uma cidade construída, pela maravilha que se tornou a
capital do Tocantins e pela emoção de estar nela ou próxima cultivando
perspectiva de futuro.
Mas, em poucos, depois do sorriso correm lágrimas de tristeza, não somente pelo
descaso imposto àquela que foi capital do Tocantins, mas também pela injustiça
do não reconhecimento do período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1989,
quando foi capital e serviu de ventre para o Estado nascer.
Nesta data em 1989 aconteceu o
lançamento da ‘Pedra Fundamental’ para a construção de uma cidade para ser a
capital definitiva do Estado do Tocantins.
Miracema do Tocantins é a primeira capital do Tocantins. Foi capital provisória
do mais novo estado brasileiro criado pela promulgação da Constituição
Brasileira de 1988, escolhida dia 7 de dezembro daquele ano, para ser o berço
nascedouro do Tocantins, até que fosse criado e construído o município de
Palmas para onde foi transferida a Capital definitiva, d-e acordo com o projeto
do criador e primeiro governador do Tocantins, José Wilson Siqueira Campos.
Com mandato de apenas dois anos (1988/1990), o ex-deputado federal projetou, ao
assumir o governo do estado, no primeiro ano criar e instalar o estado numa
capital provisória, e no segundo, construir e transferir a Capital para sua
sede definitiva.
Acredita-se que, se assim não fosse, como à época não havia reeleição, seu
sucessor poderia, quem sabe, abdicar de construir uma nova cidade e transferir
a Capital para um dos municípios declaradamente interessados como Gurupi e
Araguaina ou, quem sabe, construir e expandir Miracema, transformando-a em
Capital definitiva.
Nos anais da história recente consta que, em 1º de janeiro de 1989, em Miracema
foi instalada a primeira capital do Tocantins, a partir de onde nasceram os
três poderes estaduais (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Aquele ‘Ano 01’ (1989) do Tocantins, sendo o berço onde nasceu o organograma do
estado com seus órgãos e autarquias, assim como extensões regionais e seccionais
de instituições federais, foi escrita e promulgada a Carta Magna (Constituição)
do Estado.
Palmas passou a existir, mesmo de forma improvisada sob barracões, construídos
sobre áreas desapropriadas, a partir de 1º de janeiro de 1990, causando a controvérsia
sobre a idade de Palmas: a Pedra Fundamental para inicio da construção foi em
20 de maio de 1989, mas de fato a transferência ocorreu em 1º de janeiro de
1990.
É histórico e verdadeiro que Palmas teve apenas sete meses e dez dias (de 20 de
maio a 31 de dezembro de 1989) para ser criada com a manobra dos então
Executivo e Legislativo, com aquiescência do Judiciário, para inverter direitos
e deveres da então Taquarussu do Porto com a área em construção e adjacências
que hoje é Palmas.
Quando se festeja o aniversário de Palmas, nasce um sorriso em muitos rostos,
pelo testemunho de uma cidade construída, pela maravilha que se tornou a
capital do Tocantins e pela emoção de estar nela ou próxima cultivando
perspectiva de futuro.
Mas, em poucos, depois do sorriso correm lágrimas de tristeza, não somente pelo
descaso imposto àquela que foi capital do Tocantins, mas também pela injustiça
do não reconhecimento do período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1989,
quando foi capital e serviu de ventre para o Estado nascer.
Por
Jornalista José Carlos de Almeida
Por Jornalista José Carlos de Almeida
Agora, com a imprensa é de ‘sine qua non’ importância a
parceria, talvez por isso o rótulo de quarto poder.
Desde os tempos da tipografia e do clichê, quando entrei no mundo das letras,
entendo que a imprensa atua, preponderantemente, como interlocutora, e quiçá
mediadora no relacionamento dos poderes com a população, informando e até
produzindo noticias, que podem ser ‘in natura’, ‘amena e branda’, ‘curta, seca
e grossa’, ‘sensacionalista’ e até ‘construtiva’ ou ‘destrutiva’, entre outras
formas.
Mormente em tempo de globalização, o poder que descarta a imprensa, expõe-se,
sem reservas, até às avessas. Isto porque um fato coadjuvante pode ser
transformado em protagonista da história e vice e versa.
A imprensa quando trabalha em parceria, não significa que trabalha com olhos
vedados para o exercício da má conduta, apenas interage entre as partes
informando o fato, sua motivação e solução.
Também este escriba costuma dizer que não existe imprensa independente e sim
imparcial.
A independente apenas sub existe porque não conta com receitas públicas e fica
à mercê da iniciativa privada, que em maioria tem governos como cliente, de
onde podem originar a orientação de descaso.
Por esta razão os veículos de comunicação submetem-se a recebimentos com
atrasos e quando o cinto aperta, por demais, espetam e batem, em prol da
quitação. Um vicio comum em todo o país, desde os governos municipais,
estaduais e federal.
Agora a imparcialidade existe quando sobrevive-se às ameaças físicas e morais e
aos boicotes comerciais. Neste caso a parceria dita o formato, o volume e a
intensidade do fato informado.
Por fim, sem hipocrisia e demagogia, asseguro que toda forma de parceria é
saudável porque ao mesmo tempo em que destaca, exalta e enaltece, também
abranda, ameniza e até descaracteriza.
Jornalista José Carlos de Almeida
“O Ano só começa depois do Carnaval”, dizem os conservadores, acomodados ou os proteladores.
Um dito popular decanta que ‘O ano só começa depois do Carnaval’, quem sabe por que quando o Carnaval passa, saem as máscaras e entram as fantasias.
Com a ressaca das festas de fim de ano, férias letivas, forenses, parlamentares e trabalhistas de uma forma geral, corroboram para um inicio de ano improdutivo, inoperante e até inerte. Quase nada se faz, nada se constrói e apenas se espera o Carnaval chegar. Por isso a máxima ‘O ano só começa... depois do Carnaval’.
A data flexível, ansiosamente aguardada pela maioria dos brasileiros, funciona como uma explosão de emoções dos humanos, expelindo o estresse, a opressão e o extravaso, expressos ou latentes, acumulados durante o ano que passou.
É possível existir pesquisa que ateste o exposto e compare a performance do primeiro para os demais meses do ano. Vale à pena refletir e conferir para poder tolerar o vazio até o Carnaval chegar.
Como é sabido, a maior festa popular do mundo caracteriza-se pela descontração, irreverência e diversão, fazendo com que os foliões se libertem das cordas que os prendem durante o resto do ano.
O Carnaval é um grande negócio. Na verdade trata-se de um evento de grande valor sociocultural, quando milhões de pessoas gastam suas economias, enquanto também milhares faturam muita grana.
No ‘País do Carnaval’, o período entre as comemorações de Natal/Ano Novo e o Carnaval é conhecido por uma fase de lazer e comemoração, que coincide com férias escolares, o recesso do Judiciário e do Congresso Nacional, além da série de pontos facultativos, deixando a sensação de que janeiro e fevereiro são meses praticamente parados. É preciso resistir para não deixar-se contaminar com o recesso e parar a própria vida.
Não é por acaso que todos temos a sensação de que "o ano só começa depois do Carnaval", conforme dito popular sob julgo dos proteladores, conservadores ou acomodados
A origem da palavra Carnaval vem do latim ‘carnis valles’ (prazeres da carne), cultura milenar, quando as pessoas esbaldavam-se nos quatro dias que antecedem a ‘Quaresma’, para compensar o período de 40 dias de jejum guardados pelos cristãos.
Porém, o gosto carnavalesco não invade todos os espíritos, todos os bolsos e todas as ruas. Para alguns o Carnaval é uma armadilha para o mal, uma licença para o pecado e até um ambiente de drogas, justificando uma despedida dos prazeres da carne. Cada folião curte o Carnaval da forma que lhe apetece, inclusive não participando dele.
Mas, quem acredita/ou não, que o ano só começa depois do Carnaval, que guarde para si, pois é absolutamente importante garantir a liberdade e a escolha de cada um, até porque, segundo a psicanalista Juliane Kravetz, “Algumas pessoas também precisam de artifícios para começar o que realmente importa e usam o Carnaval como desculpa para adiar seus compromissos”.
Não dá para esperar o momento perfeito para retomar a rotina ou começar uma mudança. A coach Juliana Paes Garcia enfatiza que, “Se você sempre esperar o momento perfeito, o Carnaval passar, o ano começar, o Brasil sair da crise, estará terceirizando a chance de felicidade a fatores externos a você”.
Portanto, vamos lá: começando ou dando continuidade ao ano, a vida continua e nada espera pra depois, porque o depois é agora.
Por Jornalista José Carlos de Almeida
Neste último sábado, 7 de dezembro, completam exatos 36 anos que a então Miracema do Norte foi escolhida para ser capital provisória do novo estado da Federação, criado pela Constituição Brasileira de 5 de outubro daquele ano (1988).
Na época, o então deputado federal por Goiás, José Wilson Siqueira Campos, juntamente com diversos movimentos separatistas, lograram êxito na divisão do Estado de Goiás, transformando o Norte daquele estado em Tocantins.
Aprovada a existência geográfica do Estado do Tocantins, ele precisava nascer fisicamente e para tal, necessitava de uma mãe e um berço.
Entre as pretensões dos dois extremos mais desenvolvidos na época - Gurupi e Araguaína - sombreados pela centenária Porto Nacional, na região central do novo estado, estava a ‘pacata cidade de Miracema do Norte’, terra amada do melhor amigo do ‘velho timoneiro’, Siqueira Campos, o médigo Raimundo 'Boi' Pires dos Santos.
O ‘timoneiro’ que chegou a fazer greve de fome pela criação do Tocantins, presumidamente deve ter cantarolado a canção do ‘Rei’ Roberto Carlos, feita onze anos antes para seu melhor amigo Erasmo Carlos: “Você meu amigo de fé meu irmão camarada (...)”.
No histórico dia 7 de dezembro de 1988, José, o Siqueira, escolheu... e José, o Sarney, atendeu: Miracema foi escolhida como primeira capital do novo estado, passando a partir de então, ter o sobrenome, ‘do Tocantins’.
Naquele comemorado dia 7, hoje desrespeitado pelos governos, a pacata Miracema viveu dias de festa recepcionando os ‘chegantes’ que cantarolavam a música que Evandro Mesquita (Banda Blitz) compôs e lançou cinco antes (1983): A Dois Passos do Paraíso’.
Foram somente doze meses (1º de janeiro a 31 de dezembro de 1989) de glória, esperança e felicidade limitada. Fatos misteriosos fizeram com que uma ‘provisoriedade’, quem sabe, de 3 a 5 anos, durasse apenas um.
Em 1º de janeiro de 1989, cidade e seu povo se sentiram traídos, simbolicamente como um filho sendo arrancado da mãe, arrastado de seu berço até uma região ainda estranha, repleta de barracões inacabados e edificados apressadamente, chamada de Palmas.
Com a perda, prematura talvez, do tempo justo de ser capital, Miracema do Tocantins sofreu a troca do orgulho pelo dissabor, do respeito pela traição, da esperança pela desconfiança e teve seu amor próprio ferido de morte.
Portando, com intuito de amenizar a dor pelos males causados à primeira capital, o Estado promulgou os artigos 161º da Constituição do Tocantins e o 2º do Regimento Interno da Casa de Leis (Assembleia Legislativa do Tocantins), que determinam a elevação do município à condição de capital a cada ano, tornando Miracema do Tocantins, 'Capital por um dia' todo dia 7 de dezembro, sediando os Três Poderes Estaduais (Executivo, Legilstivo e Judiciário).
Passadas mais de três décadas que Miracema do Tocantins passou à condição de ex-capital, mais uma vez, a data constitucional foi desrespeita, mais uma vez.
Neste último sábado, 7 de dezembro, completam exatos 36 anos que a então Miracema do Norte foi escolhida para ser capital provisória do novo estado da Federação, criado pela Constituição Brasileira de 5 de outubro daquele ano (1988).
Na época, o então deputado federal por Goiás, José Wilson Siqueira Campos, juntamente com diversos movimentos separatistas, lograram êxito na divisão do Estado de Goiás, transformando o Norte daquele estado em Tocantins.
Aprovada a existência geográfica do Estado do Tocantins, ele precisava nascer fisicamente e para tal, necessitava de uma mãe e um berço.
Entre as pretensões dos dois extremos mais desenvolvidos na época - Gurupi e Araguaína - sombreados pela centenária Porto Nacional, na região central do novo estado, estava a ‘pacata cidade de Miracema do Norte’, terra amada do melhor amigo do ‘velho timoneiro’, Siqueira Campos, o médigo Raimundo 'Boi' Pires dos Santos.
O ‘timoneiro’ que chegou a fazer greve de fome pela criação do Tocantins, presumidamente deve ter cantarolado a canção do ‘Rei’ Roberto Carlos, feita onze anos antes para seu melhor amigo Erasmo Carlos: “Você meu amigo de fé meu irmão camarada (...)”.
No histórico dia 7 de dezembro de 1988, José, o Siqueira, escolheu... e José, o Sarney, atendeu: Miracema foi escolhida como primeira capital do novo estado, passando a partir de então, ter o sobrenome, ‘do Tocantins’.
Naquele comemorado dia 7, hoje desrespeitado pelos governos, a pacata Miracema viveu dias de festa recepcionando os ‘chegantes’ que cantarolavam a música que Evandro Mesquita (Banda Blitz) compôs e lançou cinco antes (1983): A Dois Passos do Paraíso’.
Foram somente doze meses (1º de janeiro a 31 de dezembro de 1989) de glória, esperança e felicidade limitada. Fatos misteriosos fizeram com que uma ‘provisoriedade’, quem sabe, de 3 a 5 anos, durasse apenas um.
Em 1º de janeiro de 1989, cidade e seu povo se sentiram traídos, simbolicamente como um filho sendo arrancado da mãe, arrastado de seu berço até uma região ainda estranha, repleta de barracões inacabados e edificados apressadamente, chamada de Palmas.
Com a perda, prematura talvez, do tempo justo de ser capital, Miracema do Tocantins sofreu a troca do orgulho pelo dissabor, do respeito pela traição, da esperança pela desconfiança e teve seu amor próprio ferido de morte.
Portando, com intuito de amenizar a dor pelos males causados à primeira capital, o Estado promulgou os artigos 161º da Constituição do Tocantins e o 2º do Regimento Interno da Casa de Leis (Assembleia Legislativa do Tocantins), que determinam a elevação do município à condição de capital a cada ano, tornando Miracema do Tocantins, 'Capital por um dia' todo dia 7 de dezembro, sediando os Três Poderes Estaduais (Executivo, Legilstivo e Judiciário).
Passadas mais de três décadas que Miracema do Tocantins passou à condição de ex-capital, mais uma vez, a data constitucional foi desrespeita, mais uma vez.
A passividade do brasileiro diante de injustiças e situações que exigiriam uma atitude mais assertiva é um fenômeno profundamente enraizado na sociedade. Um estudo conduzido por Fábio Iglesias, doutor em Psicologia e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), lança luz sobre as causas desse comportamento coletivo, revelando que a maioria das pessoas age baseando-se mais na opinião alheia do que em suas próprias convicções.
Iglesias afirma que o brasileiro tende a se comportar conforme o que percebe ser o pensamento e a ação dos outros ao seu redor. "Se o outro não faz, por que eu vou fazer?", essa é a lógica que predomina entre os "não-reclamantes".
A crença de que "não vai dar em nada" é comum, refletindo uma mistura de vergonha, medo e desconfiança nas autoridades. Esse comportamento se alinha ao conceito de "ignorância pluralística", introduzido pelo psicólogo social Floyd Alport em 1924. Um exemplo típico ocorre em salas de aula, onde, mesmo diante de dúvidas, os alunos hesitam em se manifestar quando o professor pergunta se todos entenderam o conteúdo.
Outro fator importante destacado por Iglesias é a "difusão da responsabilidade". Quando ninguém quer se destacar, a responsabilidade por tomar uma atitude se dilui entre todos, levando à inércia coletiva. Esse fenômeno impede ações assertivas, mesmo quando há prejuízos significativos.
O antropólogo Roberto da Matta contribui com outra perspectiva, ligando a passividade ao famoso "jeitinho brasileiro". Segundo ele, a cultura de pequenas transgressões cotidianas, como subornar um guarda de trânsito, estacionar em vagas para deficientes ou usar o acostamento para fugir do trânsito, faz com que os brasileiros sintam que não têm moral para exigir comportamentos éticos de seus governantes.
"Molhar a mão" do guarda ou furar uma fila são exemplos de comportamentos que enfraquecem a legitimidade para reclamar de corrupções maiores.
Entretanto, nem todos os brasileiros se encaixam nesse padrão de passividade. Aqueles que reclamam, protestam e fazem valer seus direitos são vistos como exceções. Segundo Iglesias, todos os estudos sobre o comportamento do brasileiro convergem para a ideia de que somos, em grande parte, passivos.
O estudo de Fábio Iglesias, complementado pelas análises de Roberto da Matta, oferece uma visão detalhada das raízes culturais e psicológicas da passividade brasileira. Entender esses fatores é crucial para fomentar uma mudança de atitude e incentivar uma postura mais ativa e engajada da população.
Resumindo, o estudo revela que o brasileiro é passivo devido à influência social e à cultura do "jeitinho", preferindo agir conforme a opinião alheia.
A política, diferentemente da matemática, não se pauta por exatidão. Enquanto a ciência dos números segue leis imutáveis, a arte de governar é moldada pelas circunstâncias, pelas relações de poder e, acima de tudo, pelo tempo. A história, neste cenário, age como uma espécie de "borracha política", capaz de apagar ou destacar as ações e os feitos de um governante, conforme a memória coletiva vai se adaptando ao passar dos anos.
Desde Aristóteles, que no século V a.C. escreveu sua obra “Política”, a definição de política tem evoluído, mas sem perder sua essência como a arte ou ciência de governar. Na contemporaneidade, no entanto, a política tornou-se também a arte de negociar, um jogo complexo onde interesses públicos e privados se entrelaçam, muitas vezes distorcendo o que seria uma administração ideal.
Quando uma pessoa é eleita ou nomeada para um cargo público, ela recebe um "quadro negro" metafórico, no qual escreverá sua história através de suas ações. Essas ações, por sua vez, ficam registradas na memória do tempo. Algumas vezes, essas marcas são apagadas pelo próprio tempo ou reinterpretadas conforme mudam os valores e as percepções da sociedade. É a chamada "borracha política", que tanto pode obscurecer realizações importantes quanto ressaltar falhas esquecidas.
A administração pública, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, exige um equilíbrio delicado entre a técnica e a política. Governantes precisam de um primeiro escalão composto por políticos habilidosos, mas igualmente devem cercar-se de técnicos competentes que entendam a complexidade de suas áreas. Essa combinação é essencial para uma gestão eficiente e equilibrada.
No entanto, a prática nos mostra que nem sempre esse equilíbrio é alcançado. Alguns governantes optam por uma gestão rígida nos primeiros anos de mandato para depois relaxar, visando a reeleição ou a manutenção de poder para um aliado. Outros, mais preocupados em assegurar ganhos pessoais, adotam estratégias que podem ir desde a prevaricação até o uso de "laranjas" para acumular bens de forma dissimulada. Há ainda aqueles que, mesmo honestos, falham ao favorecer uns em detrimento de outros, cometendo incoerências que podem manchar seu legado.
Esses são os males da política que o tempo conta. O tempo não apenas revela as verdadeiras intenções e os erros de um governante, mas também pode apagar o que parecia grandioso em um primeiro momento, conforme novas gerações reavaliam o passado. A "borracha política" não é apenas uma metáfora para o esquecimento, mas um lembrete de que a história é escrita e reescrita conforme novas luzes são lançadas sobre o que um dia foi.
Ao final, fica a reflexão: o que permanecerá escrito no quadro negro do tempo sobre os atuais governantes? E até que ponto essa escrita será fiel aos fatos ou uma construção do que a memória coletiva decidir preservar? A resposta está nas mãos do tempo e, talvez, naquelas que seguram o giz da história.
Por José Carlos de Alm
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